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Campo Mourão sedia Encontro de Dirigentes Espíritas




Profecia: predição do futuro, que se crê de inspiração divina; vaticínio. Predição feita por indivíduo que pretende saber ler o futuro; previsão. Anúncio de um acontecimento futuro, feito por conjectura. (Dicionário Houaiss)

Foi assim que Raul Teixeira iniciou a sua fala no 5º Encontro de Dirigentes Espíritas - ENDESP, promovido pela Inter-Regional Noroeste, na cidade de Campo Mourão, nos dias 21 e 22 de maio, com o enfoque PREDIÇÕES DO ESPIRITISMO.

“Vede que ninguém vos engane. E porque virão muitos em meu nome, dizendo: eu sou o Cristo, e enganarão a muitos.”

“E certamente ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; vede, não vos assusteis, porque é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim.”

“Porquanto se levantará nação contra nação, reino contra reino, e haverá fomes e terremotos em vários lugares; porém, tudo isto é o princípio das dores.”

“Então sereis atribulados, e vos matarão. Sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome. Nesse tempo, muitos hão de se escandalizar, trair e odiar uns aos outros; levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos.”

“E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de quase todos se esfriará. Aquele, pois, que perseverar até o fim, esse será salvo.”

“E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então virá o fim.” (Mt. 24: 4 a 14)

Foram quase 8 horas em que o Coordenador trabalhou textos retirados do Antigo e do Novo Testamento bíblicos e da Codificação Espírita, extraindo o espírito da letra, propondo reflexões acuradas em torno da realidade do nosso Movimento Espírita.

Indagando por vezes aos dirigentes, realizando pausas oportunas em momentos próprios, Raul tornou o Encontro dinâmico e elucidativo.

As canetas corriam céleres em cadernos e cadernetas, para as anotações que se faziam mais preciosas, por parte daqueles que desejavam reter detalhes de forma precisa.

“Nos últimos tempos, diz o Senhor, espalharei do meu espírito por sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão; vossos jovens terão visões e vossos velhos terão sonhos; até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão.” (Atos, II:17 e 18)

A cada trecho, a visão mais se ampliava. De forma didática, Raul convidava a ler nas entrelinhas, a não se fixar na letra morta, a entender os ensinamentos, recordando das interpolações, das adulterações aos apontamentos originais das palavras e ensinos contidos nos trechos bíblicos.

Ao tratar do Espírito reportou-se ao versículo inicial do primeiro livro bíblico - Gênesis: “...o Espírito do Senhor pairava sobre o abismo”, não se constituindo pois, dizia ele, apanágio ou criação do Espiritismo, a existência do Espírito.

O Espiritismo se tornará crença comum, ou ficará sendo partilhado, como crença, apenas por algumas pessoas?

“Certamente que se tornará crença geral e marcará nova era na história da humanidade, porque está na natureza e chegou o tempo em que ocupará lugar entre os conhecimentos humanos. Terá, no entanto, que sustentar grandes lutas, mais contra o interesse do que contra a convicção, porquanto não há como dissimular a existência de pessoas interessadas em combatê-lo, umas por amor-próprio, outras por causas inteiramente materiais. Porém, como virão a ficar insulados, seus contraditores se sentirão forçados a pensar como os demais, sob pena de se tornarem ridículos.” (O Livro dos Espíritos, perg. 798)

Nesse ponto, Raul se deteve um tanto mais, convidando à análise do que se vive no Movimento Espírita, na atualidade: as criaturas que desejam se promover, que anseiam por ficarem em evidência, tudo em detrimento da correta divulgação da Doutrina Espírita.

“Como queríeis que uma doutrina que conduz ao reino da caridade efetiva não fosse combatida por quantos vivem do egoísmo? E sabeis como estes são numerosos na Terra! No princípio esperavam matá-lo pela zombaria; hoje vêem que tal arma é impotente e que, sob o fogo rolado dos sarcasmos ele continuou sua rota sem tropeços. Não penseis que eles se confessem vencidos. Não: o interesse material é mais tenaz. Reconhecendo que é uma potência, que agora deve ser levada em conta, vão desfechar ataques mais sérios, mas que servirão para melhor provar a fraqueza deles. Uns o atacarão abertamente, em palavras e atos, e o perseguirão, até na pessoa de seus aderentes, tentando desencorajá-los a força de intrigas, enquanto outros, subrepticiamente, por vias indiretas, procurarão miná-lo surdamente.” (Revista Espírita, fev. 1862)

O interesse material. Sim, afirma Raul, a Doutrina Espírita não poderia estar sendo combatida por falar sobre o Espírito, eis que a crença na alma, na sua sobrevivência além da vida física, é base de todas as religiões espiritualistas.

Não poderia sofrer tantas agressões por afirmar a possibilidade da Comunicabilidade dos Espíritos, desde que a Bíblia fartamente já a demonstrou em todos os livros que a integram.

Igualmente não poderia ser por apresentar a realidade da Pluralidade das Vidas Sucessivas, pois isso de forma farta é dito, escrito e falado até por quem, a princípio, nem acredita (ou acreditava) em algo existente no homem, além da matéria.

E citou as constatações de psiquiatras como Brian L. Weiss, médico formado pela Universidade de Columbia, Nova York, diretor do Departamento de Psiquiatria do Mount Sinai Medical Center, de Miami.

Sob sua indução, a paciente Catherine volta ao tempo em que seus sintomas começaram, descrevendo com detalhes impressionantes experiências de vidas passadas. Posteriormente, um outro fenômeno acontece. Catherine passa a transmitir mensagens de espíritos que dr. Weiss denominou de Mestres, considerando que seus conteúdos eram de teor elevado.

Com certeza, acentuou Raul, também não é tão combatido o Espiritismo por ensinar a respeito da Pluralidade dos Mundos Habitados, porque foi Jesus quem afirmou “Há muitas moradas na casa de meu Pai; se assim não fosse, já eu vo-lo teria dito, pois me vou para vos preparar o lugar.” (João, XIV, 2)

Portanto, concluía, somente pode ser porque ele vem libertar as consciências, liberando as criaturas. Ele vem ensinar a Verdade, dizer que somos Imortais, que não se compram posições privilegiadas para a Vida Espiritual, que ninguém precisa do outro para ser feliz, para alcançar o “céu interior”, a perfeição.

Tudo depende de si próprio, de seu esforço pessoal. Eis o grande mapa da mina que conduz à Felicidade.

“A tática ora em ação pelos inimigos dos Espíritas, mas que vai ser empregada com novo ardor é a de tentar dividi-los, criando sistemas divergentes e suscitando entre eles a desconfiança e a inveja. Não vos deixeis cair na armadilha; e tende certeza de que quem quer que procure, seja por que meio for, romper a boa harmonia, não pode ter boas intenções. Eis porque vos advirto para que tenhais a maior circunspecção na formação dos vossos grupos, não só para a vossa tranqüilidade, mas no próprio interesse dos vossos trabalhos.” (Revista Espírita, fev. 1862)

Neste momento, Raul foi enumerando os tantos sistemas e doutrinas que têm aparecido, desde os dias primeiros da Doutrina Espírita, no Mundo, diga-se, portanto, desde a época do Codificador e que teimam em ser absorvidos como se Espiritismo fossem.

A cada um nominando, esclarecendo da sua origem, tecendo comparações com o ensino universal dos Espíritos, característica da Revelação Espírita, Raul foi dizendo do respeito que é devido aos seus idealizadores, às idéias, porque cada um tem direito de livremente pensar e se expressar.

No entanto, frisou, se a idéia é boa, é de relevância e tem seus méritos, deve vencer por si só e não tentar se abrigar sob o manto do Espiritismo.

“Devo ainda assinalar-vos outra tática dos nossos adversários a de procurar comprometer os Espíritas, induzindo-os a se afastarem do verdadeiro objetivo da doutrina, que é o da moral, para abordarem questões que não são de sua alçada e que, a justo título, poderiam despertar suscetibilidades e desconfianças. Também não vos deixeis cair neste laço.” (Revista Espírita, fev. 1862)

O espaço que usurpamos à correta divulgação espírita para nos ocuparmos com questões que não lhe dizem respeito, com querelas e questiúnculas foi a tônica desenvolvida nesse tópico que encerrou a fala de Raul, no domingo pela manhã.

Encerrado o evento, Raul ainda permaneceu, como habitualmente o faz, para os cumprimentos, os autógrafos, as fotos de quem deseja levar junto com a palavra na mente, o sorriso no coração, o livro na mão, uma recordação a mais do amigo do Movimento Espírita e servidor de Jesus.

Para quem pensa que Raul foi a Campo Mourão somente para o ENDESP é bom assinalar que no dia 20, sexta-feira, ele proferiu palestra para expressivo público, que lotou as dependências do Teatro Municipal, vindo de várias cidades vizinhas.

O enfoque foi “O duelo” numa abordagem-convite a um auto-exame para as problemáticas individuais que vivemos, nos dias da atualidade, digladiando em pensamento, palavras e atos.

Para quem saiu do Evento com o sentimento de “Que pena que acabou”, fique atento à programação da Federação Espírita do Paraná. Logo mais, ele deverá estar de volta, com mais um Encontro, uma Palestra, uma Conferência... Ele é incansável.

Fonte: Jornal Mundo Espírita - Junho/2005