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50 anos servindo ao Cristo e propagando o Evangelho


Aos três anos de idade, Raul Teixeira já dava sinais de sua missão na Terra.

Com sua mãe, dona Benedita Maria da Conceição, observava, curioso, os Espíritos que iam e vinham atravessando paredes e o telhado de sua casa, em Niterói, no bairro hoje conhecido como Caramujo. Sua mãe dizia para o pequeno Raul que eram os amigos de Luz.

O tempo passou e dona Benedita desencarnou, quando ele contava apenas quatro anos. Raul foi morar com a irmã de seu pai, a tia Jardina e, pouco tempo depois, com a madri­nha, dona Elisa Vieira. Aos seis anos foi estudar num internato católico, no município de Itaboraí e, aos nove, foi morar com a irmã Elenice Sodré.

Ao deixar o internato passou a conviver com atividades liga­das ao catolicismo. Durante todo esse período as visões es­pirituais não deixaram de acompanhá-lo. Em conversas com os sacerdotes, esses o orientavam a ler a Bíblia. Aos quinze anos, Raul tinha lido a Bíblia cinco vezes. Um sacerdote dizia que as visões eram obra de Satanás. Como ouvia tam­bém bons conselhos e ainda assim se tratava de Satanás, isso criou uma grande confusão na cabeça de Raul.

A trajetória de Raul como servidor do Cristo, no Espiritismo, iniciou-se em abril de 1967, aos dezessete anos de idade, quando, in­centivado pelo amigo de infância Jose Luiz Vilaça e a mãe dele, dona Eunice Vilaça, entrou pela primeira vez num Cen­tro Espírita: a Mocidade Espírita do Grupo Espírita Leôncio de Albuquerque.

Quando Raul viu os jovens, entusiasmados, estudando a saga de Moisés e que diziam tratar-se da Primeira Revelação da lei de Deus, ficou muito impressionado. O Centro Espírita não era nada do que ele imaginava!

Tudo que vi e ouvi me des­pertou, no íntimo, sentimentos muito especiais, disse Raul. Foi então, que a coordenadora da mocidade, Cecília Einstoss, para retirá-lo do silêncio, lhe perguntou o que sabia do grande legisla­dor hebreu. Apaixonado pelo personagem discorreu sobre o tema por vinte minutos. Essa foi sua primeira fala em um Centro Espírita. Quando terminou a aula, Raul saiu convencido e convertido ao Espiritismo. Havia descoberto que era aquilo que sua alma procurava e não sabia que existia.

A partir daí passou a entender os fenômenos que o acompanhavam desde a infância, como contou ao Jornal de Espiritismo, da ADEP, Portugal:

Quando eu ouvia falar de Moisés a minha alma fervia; eu tinha lido a Bíblia cinco vezes. Ao ser perguntado sobre o que sabia a respeito de Moisés tive a sensação estranha de que a língua pareceu-me crescida dentro da boca; o peito cresceu-me e eu falei durante vinte minutos sem respirar, sem parar, sem pôr vírgulas, sem pontos, sem nada...

Frequentando a Mocidade, apenas por um ano, Raul, que apresentava sinais evidentes da mediunidade foi convidado para uma das reuniões mediúnicas. Antes, porém, da sua chegada, o Espírito Ranulpho Xavier, responsável pela orientação da mocidade, comunicou-se através da médium Zilma Aguiar e disse: Jesus Cristo depositou sobre os ombros fortes desse jovem a árdua, mas meritória tarefa de divulgar o Seu Evangelho. Ele será um grande vulto na Seara Espírita.

Estudioso, fez da codificação espírita seu alicerce para a palavra e a escrita. Apaixonei-me pelos estudos espíritas. Tudo aquilo era-me estranhamente conhecido. Sentia-me rememorar. En­contrava, enfim, a mola mestra de todos os conflitos do ser humano; a explicação para as desigualdades e para as aparentes injustiças, disse Raul, conforme consta do livro Correnteza de Luz.

O entusiasmo pela Doutrina e o gosto pela oratória o direcionou para exposições em tribunas, levando-o a ser, gradualmente, um dos maio­res oradores espíritas, além de um consolo para muitas almas em bus­ca de respostas às suas inquietações. Assim começaram os convites e as viagens, tantos, que a agenda não mais comportava.

Por sete anos, o Espírito Luiz o acompanhou nos labores da educação mediúnica. Foram muitas as mensagens para exercitar as faculdades psicofônicas do jovem Raul. Orientava-o e ajudava-o nas atividades de mediunidade, retirando-o, muitas vezes, de situações mentais com­plicadas.

Afirmava que não era meu guia espiritual, mas que fora por ele indicado para treinar-me, educar meu sistema nervoso e o psiquismo para as tarefas que se desenrolariam com o tempo - palavras de Raul no livro citado.

Em 1974, Luiz se despede de Raul: voltaria à Terra reencarna­do.

No mesmo ano, o Espírito Camilo – seu guia espi­ritual – mostrou-se a Raul. Com vestes francisca­nas de tempos passados, sua presença ensejava sentimentos de harmonia. Foram as seguintes as primeiras palavras de Camilo a Raul:

Meu filho, Jesus, cujo nome vem sendo proferido por nós ao longo das eras e, ao mesmo tempo, por nós incompreendido, deverá ser a nossa Estrela Maior. Se lo­grarmos dar conta desse compromisso, iniciado há tantos séculos sem o neces­sário êxito, sorveremos a ventura no cá­lice da vitória, milenarmente suspirada. O tempo urge, filho, e não o teremos de­masiado. Esqueça-se a si mesmo, recor­de-se, porém, dos velhos deveres junto ao irmão Seráfico de Assis, e que nada o detenha. Vamos, meu filho, pois o Divino Amigo tem-nos sob Seu olhar de miseri­córdia, e teremos bem pouco tempo.

Desde aquela noite, Camilo vem sendo um verda­deiro amigo e diligente professor na vida de Raul Teixeira. Um guia afável e paternal, conduzindo-o aos mais claros raciocínios, valorizando seus avanços e pro­porcionando possibilidades de sempre caminhar para frente.

Nossas vinculações estão muito distanciadas no tempo, antes mesmo da Era Cristã, mas nosso envolvimento mais profundo se deu nos tempos das arenas romanas, explica Raul.

Após o desenvolvimento da psicografia, esperou, paciente, a ordem espiritual para a publicação do seu primeiro livro, edi­tado em 1990: Cântico da Juventude, pelo Espírito Ivan de Albuquerque.

Hoje, as obras mediúnicas de Raul Teixeira somam quase 40, com orientações para médiuns, trabalhadores Espíritas, jovens, crianças, ou seja, todos que queiram ser atendidos através de suas palavras.

Elas reproduzem o pensamento de Espíritos como Camilo, Sebastião Lasneau, Thereza de Brito, Levy, Ivan de Albuquerque, Joanes, Francis­co de Paula Vítor, Rosângela Costa Lima, Hans Swigg, José Lopes Neto e dona Benedita, sua mãe, além de outros nomes desconhecidos, mas grandes trabalhadores.

Durante esses cinquenta anos dedicados à propagação do Espiri­tismo Raul estreitou laços com Yvonne do Amaral Perei­ra, Júlio Cezar Grandi Ribeiro, Francisco Cândido Xavier e Divaldo Pereira Franco. Com os dois últimos, buscou, no início das atividades mediúnicas, orientações para o direcionamento seguro de suas faculdades.

Raul Teixeira relatou:

Tive resistência em aceitar a mediunidade, e quem me ajudou nessa fase inicial, para que eu admitisse a mediunidade foi Divaldo Franco. Devo-lhe os diá­logos, as orientações, as oportunidades de exercitar a minha mediunidade no Centro Espírita Caminho da Redenção. Tive a segurança de saber que qual­quer deslize, ele me orientaria. Foi só depois des­sas orientações que tive coragem de me apresentar como médium publicamente.

Raul é um dos fundadores da Socieda­de Espírita Fraternidade, localizada em Niterói. Essa ins­tituição mantém, desde 1980, a obra de assistência social Remanso Fraterno, que atende a crianças e famílias so­cialmente carentes.

Em 2011, o orador espírita sofreu um Acidente Vascular Cerebral - AVC e, desde então, passou a cuidar da saúde, reduzindo o ritmo de suas apresentações, porém os livros psicografados, as histórias a seu respeito, as palestras e semi­nários gravados são ouvidos e estudados por toda parte.

José Raul Teixeira é licenciado em Física, mestre e doutor em Educa­ção e professor aposentado da Universidade Federal Fluminense.

Joaquim Netto
Informativo da Sociedade Espírita Fraternidade - Niterói - RJ /
Ano 04, edição 57, abril de 2017.
Em 25.4.2017.