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Raul Teixeira visita a Mansão do Caminho


Acedendo ao convite de Divaldo Pereira Franco, Raul Teixeira, conduzido pela Família Beira, de Amparo/SP, foi a Salvador/BA, no dia 31 de dezembro de 2012.

Ao adentrar o salão de palestras do Centro Espírita Caminho da Redenção, na Mansão do Caminho, foi demoradamente ovacionado pelo grande público, de pé.

Mas, era somente o início das tantas emoções daquela noite.

O anfitrião Divaldo, tendo-o ao seu lado esquerdo, levantou-se e apresentou Raul. Já de outras vezes, Divaldo teve a oportunidade de se referir a Raul como o Uirapuru, uma das aves mais raras e famosas da Amazônia, que surpreende pelo seu canto e inspira lendas na região. Segundo os ribeirinhos, quando  o Uirapuru canta, todos os pássaros da floresta se calam para ouvi-lo. Ele canta entre meados de setembro a outubro, apenas quinze ou vinte dias por ano. Ele se esconde na parte mais fechada da mata, por isso, escutá-lo é um privilégio.  O tenor da Amazônia, conforme opinião de ornitólogos, tem um dos cantos de pássaro mais bonitos do Brasil. Diz a lenda que quem ouve o canto desse pássaro, terá felicidade para sempre.

Pois agora, o Uirapuru está naquela fase de não oferecer o seu canto. Por isso, de forma descontraída, assim falou Divaldo:

Temos a grata satisfação de ter conosco nosso irmão José Raul Teixeira. Sempre chamei Raul de um nome muito suave: Príncipe de Ébano. [E brincando:] Nem eu sabia o que era ébano, mas era um Príncipe tão especial que, estando ele nos Estados Unidos, logo depois do AVC [novembro 2011], Jorge Beira, somente para me ultrapassar [risos], disse que ele era o Rei de Ébano.

Rei ou Príncipe, aqui está como vassalo da vida. E, embora eu reconheça que o processo de sua libertação total do testemunho se acerca e que as emoções, naturalmente, o inquietam em tom de ansiedade, ele está em nossa casa.

Temos o grande prazer de recordar que a sua primeira fotografia pública foi em Niterói, quando lá estivemos e a fotografia percorreu o mundo.

Eu lhe disse, naquela ocasião, que Deus teria que, como afirmam os nossos irmãos evangélicos, contribuir para a sua breve recuperação porque, que eu conhecesse, as preces subiam aos céus em quatorze idiomas.

Se Deus não ouvisse as preces em português, porque Ele deve ter algum preconceito com o Terceiro Mundo [risos de Raul e da plateia], Ele teria que ouvir as preces em inglês, em alemão, tcheco, polonês, húngaro, em russo. Porque todos os seus amigos, à volta do mundo, estivemos orando e continuamos orando.

Estando ele conosco mais uma vez, encerrando o ano para iniciar outro, somente lhe vou pedir duas palavras, para que todos ouçamos essa voz que é inesquecível.

Enquanto alguns cantavam, ele murmurava baixinho a mim que, se ele não fosse espírita, estaria hoje , por certo, cantando no Farol da Barra, porque ele é do tempo dos conjuntos e era crooner.

Então, agora, ele deve ser ao menos Cronos, o grande relógio do tempo. Pediria ao nosso querido irmão que dissesse Muito obrigado, para todos nós que estamos ansiosos e saudosos da sua voz.

Que não se preocupe com nada, que pare na hora que quiser porque, como eu não sou de falar muito, eu seguirei...

Raul se ergueu. Notava-se-lhe a emoção. Saberia ele que era tão amado por tantos?

Pausadamente, falou: Eu estou aqui, graças a Deus. E sou grato a Deus e a Jesus. Divaldo é meu amigo de muito tempo.

Ele sabe que eu não posso falar. Estou vendo caros rostos dos meus amigos da Bahia. E quero agradecer a Deus e a vocês que oram comigo, para a voz já morta, a voz... [aqui, a dificuldade foi se apresentando com tal tônica que ele virou-se para Divaldo e confidenciou: Eu quero falar e não posso! Sorriu, o seu sorriso de sempre, aberto, franco. Tudo bem! Voltou-se para a plateia e continuou: Eu quero falar e não posso. O peito... A emoção o dominava de tal forma que ele encerrou:

Vocês sabem que eu não posso, Agora, o ano que vem eu vou poder!

Uma demorada cascata de aplausos foi a resposta.

Sim, o raro canto do Uirapuru se fez ouvir outra vez. Não tão afinado ou tão sonoro, mas com um toque tão especial, que nos acalentou a saudade, a fim de que tenhamos condições de aguardar um tanto mais até uma nova audição. 

 

Maria Helena Marcon.
Em 18.1.2013.