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Seminário com Raul Teixeira movimenta espíritas na capital do estado




Pelo 4º ano consecutivo, atendendo a convite da Federação Espírita do Paraná (FEP), o orador espírita J. Raul Teixeira, vem a Curitiba, para ministrar Seminário, nas proximidades dos festejos natalinos.

Este ano, o Seminário de 3 horas, se deu no salão de festas do Paraná Clube, lugar mais amplo, preparado pela FEP, para recepcionar as 1.800 pessoas que ali compareceram, no domingo, pela manhã, sem se importarem com o frio que chegou na véspera, com ares de inverno curitibano.

O tema não poderia ser mais apropriado às evocações do natalício do Amigo Celeste: No rumo da Sublime Estrela.

Raul iniciou relatando os 14 séculos de preparação do Espírito Ilustre, para Seu mergulho psíquico na Terra, a fim de poder nascer entre os homens.

Assim, a Sublime Estrela emboscou-se na carne humana e somente se permitiria mostrar parte de Seu intenso brilho, na extraordinária transfiguração no Tabor, onde “brilhava mais que o Sol”, conforme os relatos das testemunhas oculares Pedro, Tiago e João, encontrados nos Evangelhos.

Falando a respeito dos discípulos, adrede preparados para a missão que lhes competia, comparou-os a representantes de Estado, conforme doze eram as tribos de Israel. Ao mesmo tempo, com suas virtudes e com suas mazelas, representam a Humanidade, afirmou.
Como exemplos, citou Pedro, impetuoso, arrebatado; Judas, um espírito mercantilista, pensando como alguém acostumado que era a lidar com comércio, comprar e vender, lucrar; João, o mais jovem de todos, idealista, audaz, cândido, buscando o aconchego do Mestre quanto podia.

Todos, jovens e maduros, ou mais velhos, chamados a compor a Seara de trabalho.

E recordou que Jesus teria comparado a vida, na Terra, a uma árvore grandiosa. “A infância é a sua ramagem verdejante. A mocidade se constitui de suas flores perfumadas e formosas. A velhice é o fruto da experiência e da sabedoria.

Há ramagens que morrem depois do primeiro beijo do Sol, e flores que caem ao primeiro sopro da Primavera.

O fruto, porém, é sempre uma bênção do Todo-Poderoso. A ramagem é uma esperança; a flor uma promessa; o fruto é realização. Só ele contém o doce mistério da vida, cuja fonte se perde no infinito da divindade!...” (Boa nova, Francisco Cândido Xavier, Irmão X, cap. 9).

Jesus e os ensinos

Vida futura - Raul traçou pontes entre os apontamentos dos Evangelistas e os que se encontram em O Evangelho segundo o Espiritismo, destacando, que “O Espiritismo veio completar, nesse ponto, como em vários outros, o ensino do Cristo, fazendo-o quando os homens já se mostram maduros bastante para apreender a verdade.” (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. II, item 3).

O Reino dos Céus, com sua característica de intimidade (uma pérola, um tesouro escondido no campo, um pai de família, etc.) e o Amor foram outros enfoques, culminando com a promessa do Consolador Prometido, identificando Jesus como o Espírito de Verdade, “que o mundo não pode receber, porque o não vê e absolutamente o não conhece. Mas, quanto a vós, conhecê-lo-eis, porque ficará convosco e estará em vós.” (João 14:17).

Referindo-se à falange do Consolador, recordou, apropriadamente, dos tantos Espíritos nobres, que a compuseram, a convite de Jesus: Espíritos de outras paragens e de vários países da Terra, como Um espírito amigo (Joanna de Ângelis); Rainha Isabel, de Portugal; o bom Rei São Luís, de França; Emmanuel (Manoel da Nóbrega), entre outros.

A abnegação e o devotamento, traduzidas como responsabilidade e compromisso, o fazer um pouco além do que está previsto ou pedido foram as reflexões propostas em torno das exortações do Mestre de “...que se alguém vos bater na face direita, lhe apresenteis também a outra - e se alguém quiser pleitear contra vós, para vos tomar a túnica, também lhe entregueis o manto; - e se alguém vos obrigar a caminhar mil passos com ele, caminheis mais dois mil.” (Mateus, 5:38 a 41).

“Tomai, pois, por divisa estas duas palavras: devotamento e abnegação, e sereis fortes, porque elas resumem todos os deveres que a caridade e a humildade vos impõe.” (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VI, item 8).

Lançamento de nova obra

No Rumo da Sublime Estrela foi o livro que Raul lançou na oportunidade. Vários Espíritos, entre eles, Camilo, Francisco de Paula Vítor, Ivan de Albuquerque, José Grosso, Sebastião Lasneau, rendem seu preito de amor Àquele a quem tudo devemos, através de páginas em prosa e verso, num total de 37 composições, brotadas dos sentimentos de amor e de gratidão ao Celeste Galileu.

Conforme Camilo, que apresenta a obra, são “páginas simples que, garimpadas na correnteza do devotamento de diversos companheiros, hoje habitantes das praias da Imortalidade, são agrupadas para homenagear, mesmo que palidamente, o Natal de Jesus.”

E compara essas composições aos “nossos pequenos aprendizes que, na primeira escolaridade, oferecem as garatujas que elaboram, riscadas e pintadas, aos seus pais e professores, felizes por estar obsequiando os seus amados com o que fizeram de melhor, recolhendo alegria e recompensa da compreensão e dos estímulos generosos dos destinatários.”

Palestra em Campo Largo

Na véspera, sábado, 10, Raul Teixeira esteve na Casa da Cultura, em Campo Largo, cidade próxima à Capital do Estado, proferindo a palestra Educação dos filhos: para evitar o despotismo.

Em bosquejo histórico, Raul narrou as atrocidades de déspotas como Herodes, que mandou trucidar mais de 10.000 crianças, no intuito de preservar o próprio trono; Gengis Khan (1160-1227) na Mongólia; Chaca Zulu na África do Sul que, em 12 anos de Império foi responsável pela morte de mais de um milhão de pessoas; Stalin, na Rússia; Hitler, na Alemanha; Papa Doc, Idi Amin Dada, Saddam Hussein.

E, então, das descrições dos atos desses homens do terror migrou para a intimidade dos lares onde, lembrou, se formam os déspotas da rua, do bairro, da cidade, do mundo. Tudo porque a educação da criança não está sendo atendida, de forma adequada.

Recordou as palavras de Santo Agostinho, insertas em O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIV, item 9: “Lembrai-vos de que a cada pai e a cada mãe perguntará Deus: Que fizestes do filho confiado à vossa guarda?”

Lembrou da qualidade das horas que se passa com a criança, o que se lhe diz, se lhe incute. Disse da importância da presença materna e paterna, enfatizando a carência que sofrem os pequenos, pela ausência dos pais, por longas horas, fora do lar, em suas atividades profissionais e outras, e de como esses devem doar-se, no seu retorno ao lar: brincando com os filhos, ouvindo-os, ensinando o dever de casa, lendo, orando. O amor, disse, se desenvolve na convivência.

E depois: “Ó espíritas! Compreendei agora o grande papel da Humanidade; compreendei que, quando produzis um corpo, a alma que nele encarna vem do espaço para progredir; inteirai-vos dos vossos deveres e ponde todo o vosso amor em aproximar de Deus essa alma; tal a missão que vos está confiada, e cuja recompensa recebereis, se fielmente a cumprirdes.” (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIV, item 9).

Os autógrafos

Em ambas as oportunidades, Raul, atencioso e gentil, esteve disponível para os cumprimentos e os autógrafos. Um aperto de mão a esse, o sorriso a todos, uma fala especial a um jovem, a uma criança, uma palavra de alento a alguém maduro. Não houve pessoa que, em desejando, não pudesse ter seu momento mais especial com esse amigo dos nossos corações, servidor do Cristo que, há mais de 30 anos, visita o Paraná, sem interrupção, a cada ano, mais de uma vez.

Por isso, toda vez que ele se vai, ao encontro de outras tarefas que o aguardam, dizemos: Até breve, amigo! Até logo mais! Ficaremos a te aguardar o retorno.

Fonte: Jornal Mundo Espírita - Janeiro/2006