Antonina foi a etapa inicial do périplo doutrinário que envolveu Raul Teixeira (Rio de Janeiro) e Cristian Macedo (Rio Grande do Sul) nos dias 23 a 25 de maio, no Paraná.
Abrangendo atividade da 1º União Regional Espírita, numa promoção do Centro Espírita Luz e Conforto, daquela cidade, Raul Teixeira se fez presente na noite de sexta-feira, 23, no Teatro Municipal, abordando, em vibrante palestra, a temática: A morte não existe.
Partindo da narrativa de um fato verídico, levou os presentes a um interessante passeio pelas várias filosofias a respeito da crença em Deus, na imortalidade da alma e suas conseqüências naturais, demonstrando, a cada passo, a excelência da Doutrina Espírita, através da clareza dos seus postulados coerentes e de profundidade.
Ao final, larga fila se fez, pois não somente os cidadãos antoninenses o desejavam cumprimentar, abraçar e pedir autógrafos, tanto quanto os espíritas vindos das demais cidades do litoral, da capital e outras próximas.
O sábado, 24, foi dedicado ao treinamento específico a expositores espíritas, coordenadores de mocidades, evangelizadores e interessados na tarefa da exposição oral espírita.
Foram 400 inscritos, no teatro da FEP (Alameda Cabral, 300) os que, em tempo integral, participaram de forma ativa, anotando e formulando perguntas.
Raul Teixeira conduziu, durante quase 5 horas, o Seminário sobre Exposição Oral Espírita, onde não somente buscou transmitir da sua experiência como orador espírita, há mais de uma trintena de anos, tanto quanto soube fundamentar, didaticamente, sua fala, num clima de descontração e fraternidade.
Iniciou desenvolvendo os conceitos de Sola Pool, a respeito da Comunicação: “A comunicação é um aspecto do nosso ambiente social que impregna tudo; examinar a comunicação não é mais do que uma maneira particular de observar a sociedade”, prosseguindo com os do pesquisador brasileiro Eduardo D. B. de Menezes: “Comunicação é por natureza um processo, e não uma coisa – donde o seu caráter mutante, fluido, e, finalmente, porque consiste num fenômeno multidimensional que se manifesta em diferentes níveis de realidade e que acarreta diversos tipos de análise.”
Recordou modelos de Comunicação de Shannon – Waver, Harold Lasswell, Wendell Johson, Peter Hofstätter, Wilbour Schramm.
Ao tratar, especificamente, a respeito do Pregador Espírita, lembrou pontos capitais a esse, a fim de que bem possa realizar a sua tarefa, na qualidade de arauto de Jesus: a) a condição de comunicador; b) conhecimento da realidade (do público a quem se dirige); c) não se colocar em plano superior (exercitando a humildade, por reconhecer não se situar acima dos demais, mas tão somente alguém que se encontra a serviço do Mestre e necessita trabalhar em si as virtudes); d) não mentir ou injuriar, pretextando veicular consolo (evitando demonstrar faculdades mediúnicas ou condições de que não seja detentor); e) manter a simplicidade (onde e com quem esteja, falando aos mais diversos auditórios, sem orgulho, arrogância ou exigências); f) buscar tempo para estudar a Codificação Espírita e outros (as obras clássicas, as do médium Francisco Cândido Xavier, Yvonne do Amaral Pereira, Divaldo Pereira Franco,etc) ; g) procurar a inspiração do Alto por meio da prece (sintonia superior); h) laborar por ajustar-se às verdades que prega (evitando ser somente um mecânico repetidor de informações, mas falando do que vivencia, todo dia, no seu processo de aprimoramento íntimo).
E, finalmente, deteve-se longos minutos a frisar da importância do Pregador Espírita basear as suas assertivas, a sua fala, na Codificação – o que quer que fale, sobre o que discorra, seja apresentado o pensamento kardequiano, servindo-se, assim, da fonte segura, pois que o compromisso é com a veiculação da Mensagem Espírita.
O domingo, 25, no período das 9h às 18h, foi dedicado aos jovens. Ainda no Teatro da FEP, Raul Teixeira e Cristian Macedo coordenaram o 1º Encontro Regional de Mocidades Espíritas de Curitiba (ERMEC), que contou com a participação de um pouco mais de 300 jovens, numa iniciativa das UREs Metropolitanas, que abraçou ainda as Uniões Regionais Espíritas da 1ª Região (Paranaguá) e 3ª Região (Rio Negro).
Mesmo o frio intenso que visitou a capital paranaense não arrefeceu o entusiasmo dos jovens que demonstraram vivo interesse nos temas estudados: O ser social e o ser cristão.
Revezando-se nas abordagens doutrinárias, Raul e Cristian conduziram as mentes ávidas pelos caminhos do raciocínio em torno do que seja a realidade e do que seja ilusão, dos objetivos do homem na terra, da busca da felicidade, da dose de entusiasmo com que tudo deve ser feito, do ser cristão por decisão pessoal e não somente por questões de hereditariedade social, prática institucional, interesses políticos, econômicos, familiares, etc.
A mediunidade de Raul Teixeira detectou, desde as horas primeiras, a presença do espírito amigo Ivan de Albuquerque que, inclusive, ditou à sua percepção mediúnica, o poema que reproduzimos, nesta mesma página.
Os minutos dos intervalos foram poucos para as expressões do carinho dos jovens pelos dois coordenadores, que se colocaram à disposição para os autógrafos, afáveis, sorridentes, amigos.
A noite abraçou a tarde. O Encontro foi encerrado. Os abraços, as lágrimas de emoção, os sorrisos prosseguiram ainda um pouco mais. Não muito, porque ambos, Raul e Cristian, deveriam seguir diretamente para o aeroporto, logo em seguida, para o retorno às suas atividades profissionais e doutrinárias.
Um, retornou ao calor do Rio de Janeiro. Outro, ao frio do Rio Grande do Sul. Ambos levaram, contudo, a expressão de gratidão dos jovens reconhecidos que puderam viver, durante uma manhã e tarde, momentos de emoção, ponderação, seriedade, descontração.
Com aquele gostinho de “como seria bom um pouco mais”, ficou agendado o 2º ERMEC para o dia 5 de outubro, em Curitiba, que se deverá dar nas dependências da Comunhão Espírita Cristã.
Fonte: Jornal Mundo Espírita - Junho/2003