A morte guarda nuances
E matizes curiosos,
Para os que foram atuantes
No bem, e pr’os preguiçosos...
Para alguns são enervantes,
Para outros são dolorosos,
Os momentos expirantes,
Pelos delitos culposos.
Para os que vivem no amor,
A morte é como brilhantes
Que o homem forja, e o Senhor
Faz luzes inebriantes.
Aos que se estribam no mal,
Ou em gozos tormentosos,
As desgraceiras do Umbral
São quais viscos pegajosos.
Nas trilhas moralizantes,
Em que o homem se situa,
Terá sonhos fulgurantes
Que o vero bem preceitua.
Mas, com os atos perigosos
De materialismo denso,
Faz seus dias enganosos
Para um porvir agro e tenso.
A morte não traz alento,
Como pensam os farsantes,
Sem o aval do pensamento
Nas ações do amor, constantes.
Para os que servem no bem,
São momentos portentosos,
Bem diferentes, no Além
Do estado dos viciosos.
Energias suavizantes
Recebem os bons obreiros,
Que se opõem aos fortes guantes
Que prendem os desordeiros.
Dos crimes mais insultuosos,
Que a consciência amarguram,
Formam-se ensejos grandiosos
Que no perdão se estruturam.
Meu amigo, eu que já estive
Como tu, reencarnado,
Sinto que o mundo é um declive
Aos que o Senhor hão negado.
Vitória mais importante,
Para quem se une a Jesus,
É a luta firme, extenuante,
Na Terra, em busca da Luz.
Todo o valor que buscares,
Sejam fúlgidos, gloriosos,
Para que, quando voltares,
Tenhas dias luminosos.
Os processos de morrer,
Ternos ou traumatizantes,
Dependerão do viver,
Dos dias, horas, instantes.
Na vida, quanto na morte,
Não há fatos milagrosos.
Ama, crê, busca teu norte
Para os tempos mais ditosos.
Co’a Doutrina Espiritista,
Tens conceitos bem pujantes...
Passa teu passo em revista
Para um morrer triunfante!
André Fernandes
Mensagem psicografada pelo médium J. Raul Teixeira em 26.01.85, na Sociedade Espírita Fraternidade - Niterói – RJ.
Publicada no Jornal Mundo Espírita de março de 1990.