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Em nome de Deus

José Lopes Neto

Pags: 168
Formato: 14X21

José Lopes Neto, que foi Presidente, por duas gestões, da Federação Espírita do Paraná, pelas mãos de Raul Teixeira, escreve “após um tempo imenso haver passado, e ter recebido inúmeras sugestões, de generosos e caros amigos da Pátria Espiritual, para que materializasse, em papel e tinta”, algumas das suas reflexões a respeito do modo popular de pensar-se em Deus.

Das falas proverbiais do cotidiano terreno, de temas relativos às visões variadas que se tem da Divindade, Lopes Neto oferece suas notas, “costuradas durante as classes de ensino espírita, que se dão nas dimensões além do corpo físico, para encarnados e desencarnados”.

Beleza e riqueza de Deus, O que pertence a Deus, Nossa felicidade com Deus, Os grandes homens de Deus são alguns dos 31 capítulos deste livro.

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Camilo, mentor espiritual do médium, ao prefaciar a obra, tece considerações oportunas sobre o autor. Lembra as dores físicas de sua breve existência e o seu obstinado amor pela Doutrina Espírita.

Vale acrescer que José Lopes Neto foi Presidente da Federação Espírita do Paraná com apenas 27 anos de idade, desencarnando antes de completar 40 anos. Foi vidente, psicógrafo, audiente e vibrante orador.

Extremamente sensato e virtuoso, não hesitou em abrir mão de interesses pessoais para criar e educar seus irmãos menores, órfãos que eram. Não contraiu matrimônio, com o propósito de dedicar-se exclusivamente à formação deles, um médico, um advogado e vários professores.

Com essas credenciais, obteve acesso à mediunidade de Raul Teixeira, para escrever Em nome de Deus, precioso contributo para nossas meditações.

Camilo, sempre lúcido em suas colocações, destaca a argúcia do autor que “valeu-se de alguns ditos e crenças populares para esmiuçar, desdobrar e aclarar concepções da alma do povo a respeito de Deus”.

Perfeito! Não se trata de novo e complexo compêndio científico sobre o Criador e a monumental obra da Criação. Muito menos de uma nova versão filosófica sobre o assunto.

Compõe-se o livro de 33 capítulos ligeiros e de fácil compreensão. É excelente para leitura e reflexão em culto cristão-espírita no lar e para estudo em grupo, além de enriquecer com idéias novas o acervo doutrinário dos que se ocupam das tribunas no sacrificial esforço da divulgação.

Aborda com muita propriedade o engano de certas afirmações como “Deus é pai e não padastro”, mostrando a injustiça cometida, já que há ótimos padastros e pais indiferentes à sorte dos filhos. Por essa razão, os bons padastros acabaram estigmatizados.

Outra colocação notável que faz, chama a atenção para o fato de que, às vezes, desejamos trazer Deus para o acanhado universo de nossas limitações, quando o certo é expandirmos nossas potencialidades na direção da “Inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”, como asseverou Jesus, ao nos concitar: “Sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai Celeste”.

Na página “Quando se sabe sofrer com Deus”, conceitos simples e profundos tocam o coração, despertando-nos para outro nível de entendimento, ao dizer:

“Com Deus, o teu padecimento tem sentido educativo.

Com Deus, toda lágrima atende as áreas ressecadas da tua intimidade.

Com Deus, os desastres são os testemunhos que ficaste devendo à existência.

Com Deus, a própria morte se converte em libertação, na procura de novos horizontes ou de novos céus”.

“Nossa felicidade com Deus”, “Deus e a morte”, “O que Deus quer”, “Superação com Deus”, entre outros, dão grandiosa dimensão ao livro.

Na literatura espírita faltava uma obra desse gênero! Não lê-la, é perder preciosa oportunidade de crescer mentalmente. É deixar de fortalecer-se ante as magnas questões da Vida.

Carlos Augusto de São José

Fonte: Jornal Mundo Espírita - Junho/2007